quarta-feira, 11 de junho de 2014

uma bebida exotica abisinto



“Um copo de absinto é tão poético quanto qualquer outra coisa no mundo” Oscar Wilde.

O que dizer de tão simbólica, romântica e melancólica bebida? Símbolo dos românticos e maldita como os poetas franceses do século XIX. Poderia aqui usar as palavras de Baudelaire, Verlaine, Victor Hugo, Arthur Rimbaud, dentre muitos outros que se apaixonaram pela fada verde e seus dotes e declararam de várias formas sua paixão e seus efeitos. Hoje o post é sobre a mais lendária bebida do mundo: o Absinto.
É possível imaginar que tal bebida, tão reverenciada e, por quê não mitológica, tenha começado sua história sendo um simples remédio contra dores estomacais e até malária? Um início tão comum em se falando de bebidas, porém é a única semelhança. Seu início remonta século XVIII, provável ano de 1792, quando um médico francês, Dr. Pierre Ordinaire, que vivia na Suíça, descobriu a capacidade de cura da planta Artemisia Absinthium e a patenteou como remédio, mas a bebida só tornou-se verdade por volta de 1797, quando Henry-Louis Pernod fundou a primeira destilaria, na Suíça mesmo. Nesta parte da história há algumas controvérsias como por exemplo se o Dr. Ordinaire e Pernod eram na verdade amigos, por isso o segundo teve acesso a fórmula. Também há a possibilidade de Pernod ter aberto a destilaria em sociedade com seu sogro e seu cunhado, mas são fatos que passam desapercebido diante dos mistérios que cercam a bebida verde que leva os mais sensíveis tornarem-se poetas, ou será que ela servia somente de desculpa para aqueles que eram reconhecidos por seus versos?
Oscar Wilde, autor de livros clássicos, escreveu um dia “Depois do primeiro copo, você vê coisas como você gostaria que elas fossem. Depois do segundo, você as coisas como elas não são. Finalmente, você as coisas como elas são e isso é a pior coisa do mundo.” a alusão de que o absinto tem a capacidade de tirar as pessoas da realidade foi bem transcrita por artistas e poetas saboreadores de um bom absinto, cujo teor alcoólico podia alcançar 85%, mas a ciência não comprova tal possibilidade. Para eles, a planta Artemisia e sua substância principal, a tujona, não conseguem causar alucinações, mas se caso for misturada com algum outro ingrediente sem qualidade, pode ser que a bebida torne-se alucinógena. Porém tais estudos demoraram a aparecer e o absinto chegou a ser banido mundialmente até meados do século XX. No Brasil, por exemplo, seu consumo só foi liberado depois que seu teor alcoólico foi reduzido para 54%, isso no ano de 2000.
Mas o absinto por sua cor e história marcam a vontade de boa parte da população em experimenta-lo. Pode ser que as alucinações não aconteçam como alguns gostariam. Mas há aqueles que ignoram a ciência e sentem-se como um dos artistas e declamam em versos melancólicos e rebeldes, após uma dose, afinal seu efeito pode ser meramente psicológico.

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